Ele passa, com seu cigarro, tragando compulsivamente. As luzes noturnas refletem sobre a sua pálida feição. Vaga sozinho, pela noite fria, procurando algum lugar. Uma busca tão vaga quanto os seus bolsos.
Ela vem, em sua direção, despercebida. Ar de dependente, glamour decadente. Sente frio, enrola o cachecol que se desfaz no nó mal feito. Caminha rápido como se fugisse de si mesma. Os olhos não prestam mais atenção no caminho.
Colisão. Encontro. Choque. Os olhos se alinham no mesmo paralelo. Os rostos se contorcem em uma expressão de repúdio. Um flashback preto e branco passa em sua mente e o amargo toma lhe conta de seu paladar. Ela corre, sem dizer uma única palavra. Foge agora daquele que um dia fora mais que uma decepção...
Marina Baptistella
2 comentários:
muito bom o conto.
duas almas que se cruzam e partem.
isso acontece a todo momento. até as almas certas se encontrarem no momento certo.
aconteceu comigo.
quem nunca quis fugir daquilo que um dia quis ter mais que tudo??
Eu já :P
tu tem talento hein paulista!
;*
(L)
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